sábado, 24 de setembro de 2011

O auto-retrato da criança na escola: Uma desmistificação em sala de aula

O auto-retrato da criança na escola: Uma desmistificação em sala de aula  ( Silvia da Matta Virgem e Cristina Jacó )
Quando o educador instiga junto aos seus educandos, buscar suas origens através da árvore genealógica, ele possibilita o questionamento em sala de aula  e a pesquisa sobre sua etnia  com seus antepassados, podendo observar se sua história foi ou não negada durante tempos.
A raça humana em diferentes tons de pele necessita conhecer a sua história para que esta lhe sirva de alicerce em seu desenvolvimento humano.
Para que o educador comece a transformar a sua prática docente inserindo  a    cultura afro-indígena em sua metodologia, ele necessita se auto-conhecer.Nesse processo de reconhecimento e de aceitação ,ele possibilitará  que seus educandos se tornem cidadãos críticos e reflexíveis.
Trabalhar multiculturalismo nas escolas deve começar cedo. A Educação Infantil, que é a série inicial, é o primeiro desafio onde se trata do entendimento da identidade. A criança em sua etnia, precisa se ver como é, aprender a respeitar a imagem que tem de si e ter modelos que confirmem essa expectativa e não ser mero reflexo do outro.. Por isso, se faz necessário que seja repensado a seleção dos livros didáticos que são enviados para as escolas, onde a escolha do educador não é contemplada. E da mesma forma, incluir  na  literatura, exemplos que tenham famílias negras bem-sucedidas , heróis e heroínas negras. Se a linguagem do corpo é especialmente destacada nas séries iniciais, por que não inserir no currículo, linguagens cotidianas dos alunos onde apareçam as danças africanas, capoeira, músicas, como o samba de roda, maracatu, maculêlê ,boi-bumbá etc...?
Os educandos independentes da cor da pele, não requerem um currículo especial, mas o ajuste e algumas modificações curriculares que proporcionem o conhecimento das diferentes culturas existentes em nosso meio.
Para interpretarmos quem somos como coletividade, ou quem é como indivíduo,dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele”, nos ensina Habermas (1983: 22).
Não basta só apontar por meios de gráficos e estatísticas a cor da pele do educando ao inserido na escola, se faz necessário a investigação concreta, a história do sujeito.
A negação da própria cor deve-se pela falta de conhecimento de sua origem. É fácil afirmar ser de uma determinada, quando colocamos questões particulares em “jogo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário