sábado, 5 de abril de 2014

Ludicidade e Educação Infantil: Uma proposta de desafios e possibilidades


Texto; Silvia da Matta Virgem Gomes
Ludicidade e Educação Infantil: Uma proposta de desafios e possibilidades

A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral de criança até seis anos de idade em seus aspectos; físico, psicológico, intelectual e social. A Educação Infantil é oferecida em: Creches, ou entidades equivalentes para crianças até três anos de idade; Pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade ( LDB. artigo 29,30).
Para que este desenvolvimento aconteça de forma integral, respeitando as etapas de desenvolvimento da criança, se faz necessário que os profissionais envolvidos nessa área, estejam aptos para trabalhar com essa clientela. Sabe-se que a educação Infantil é a única responsável pelo desenvolvimento integral da criança em suas modalidades específicas.
O profissional da Educação Infantil deve entender sua prática, e para isso, ele precisa compreender o processo de desenvolvimento humano. Ensiná-lo a fundamentar sua prática, percebendo a importância dessa ligação Teoria x Prática aplicada no cotidiano de sala de aula.
Toda escola de Educação Infantil precisa ter certeza do que quer dizer desenvolver na criança, e a importância do lúdico nesse desenvolver.
Piaget afirma que, “a criança pré-escolar, encontra-se em uma fase de transição fundamental entre a ação e a operação; ou seja, entre aquilo que  separa a criança do adulto”.
Além disso, é uma fase de preparação para o período seguinte (Operatório concreto).
São estas informações que o educador precisa conhecer e conhecer bem para que seu trabalho seja executado sem “atropelar” as fases em que as crianças se encontram.
Para formar uma criança saudável, e desenvolver sua capacidade de aprender a aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética, capaz de conviver em um ambiente democrático.
O lúdico possibilita essa capacidade na criança, onde ela se desenvolve firmando-se em seu cotidiano.
Piaget (1998), diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa (Aguiar, 1977; 58).
As escolas de Educação Infantil precisam propor atividades que desenvolvam um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores adequados a faixa-etária de cada um.
As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro torna-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (Vygotsky, 1998).
As instituições de educação Infantil precisam ser vistas de maneira ampla, respeitando as necessidades das crianças pequenas, favorecendo-as em materiais adequados e que respeitem suas etapas. Tendo a brincadeira como norteador das atividades e não como um simples momento de “brincar”. A criança brinca para ter um conhecimento de si mesma e dos outros em suas relações. Brincam para aprender normas, comportamentos sociais e trabalham com o imaginário.
É possível que na educação Infantil apareçam ações das intenções voluntárias onde a formação dos planos da vida real e das motivações “volitivas” constituem-se, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.
“É preciso que os profissionais de Educação Infantil tenham acesso do conhecimento produzido na área da Educação Infantil e da cultura geral, para repensarem sua prática, se reconstruírem   enquanto cidadão e atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimento. E para  que possam  mais do que’implantar’ currículos ou ‘aplicar’ propostas à realidades da creche  /pré-escola em que atuam, efetivamente participar da sua concepção , construção e consolidação”. (Kramer MEC / SEF / COEDI, 1996 p.19).
O papel do professor  na aplicação de jogos e brincadeiras deve ser vista como uma tarefa muito importante na escola  de Educação Infantil, onde ele possa organizar espaços e oportunidades,  de modo que permita a todas as crianças se envolverem com as atividades de forma prazerosa.
Apesar do jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o professor tenha uma atitude ativa sobre ela, inclusive uma atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com quem trabalha.
As crianças têm prazer e necessidade de repetir determinadas brincadeiras, para se sentirem seguras e desenvolver ainda mais suas habilidades tendo novas oportunidades de aprendizagem.
Com relação ao jogo, Piaget ( 1998) acredita que ele é essencial na vida da criança.De determinada situação por puro prazer por ter apreciado seus efeitos.
O adulto deve ser elemento integrante das brincadeiras, ora como observador e organizador, ora como personagem que explica ou questiona e enriquece o desenrolar da trama, ora como elo entre as crianças e os objetos.
O jogo deve ser incorporado no currículo como um todo, e as questões colocadas no seu desenrolar possam fazer parte de pesquisas desenvolvidas em atividades dirigidas pelas crianças. Estas atividades podem ser ampliadas com trabalhos extra-classe através de passeios onde as crianças possam observar o meio onde vive e outros espaços, dando ênfase a natureza e seus componentes.
“Brincar não é perder tempo, é ganhá-lo. É triste ter meninos sem escola, mas triste é vê-los enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéticos, sem valor para a formação humana”. (Carlos Drummond de Andrade)



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